quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FANFARRA MUNICIPAL DE MANDAGUARI - a gloriosa








A FANFARRA MUNICIPAL DE MANDAGUARI foi o maior veiculo de propaganda e divulgação do nome da cidade de Mandaguari, nos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina nos anos 80 e 90.

Fundada no início dos anos 80 a Fanfarra Municipal de Mandaguari – “a gloriosa” como era conhecida, foi constituída com a união de várias fanfarras menores que havia na cidade. Até os anos 80, quase todas as escolas da cidade tinham sua própria fanfarra. Entre elas pode-se destacar a Fanfarra do Colégio Vera Cruz, do Sagrada Família, São Vicente Palotti, Bom Pastor, Jose Luiz Gori, entre outras.



Como cada escola tinha sua fanfarra, era preciso de jovens para compor as mesmas, então as escolas mantinham instrutores e os alunos da própria escola ingressavam ainda muito jovens nas fanfarras infantis e juvenis para então quando viesse a estudar no Colégio Estadual Vera Cruz, ingressar na tão cobiçada fanfarra do referido colégio. Com isto, havia sempre uma base nas escolas primárias, preparando os futuros instrumentistas, que quando viessem a estudar o segundo grau no Vera Cruz, já tinham preparo para compor a fanfarra do colégio que já era formada por jovens.

Como era custoso manter as fanfarras, houve uma união entre todas e a partir dos anos 80 fundou-se então a FANFARRA MUNICIPAL DE MANDAGUARI, com aproximadamente 120 componentes, tendo seu primeiro instrutor o engenheiro civil Sergio Chociai, depois passou a ser comandada por Luiz Carlos Montovani

Muitos foram os componentes, homens, mulheres, jovens, adultos, menores, maiores. Era a união de todas as classes sociais, não havia distinção entre pobres e ricos, homens e mulheres, brancos e negros, inclusive de todas as religiões tocavam na fanfarra. As viagens foram muitas por todo o estado do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Foi campeã em quase todos os concursos que participou.

A fanfarra tocava musicas variadas, desde clássicas, sertanejas, internacionais e da MPB. Tudo isto era tocado sem que nenhum dos integrantes tivesse estudado música, era tudo na prática e na vontade e conhecimento do instrutor. Com instrumentos rústicos, meio na base do improviso; as cornetas não tinham “pistos” ou seja, eram lisas sem teclas para apertar para produzir as notas musicais, tudo era feito na forma de assoprar, “no bico”.


Todos os integrantes participavam por amor, sem remuneração, sem patrocínio, na maioria das vezes tinham que pagar seus próprios uniformes. Nas viagens até as refeições da estrada eram pagas pelos próprios. A prefeitura ajudava com os instrumentos e ônibus velhos para as viagens.

Hoje muita gente se lembra com saudade da “gloriosa” subindo a Av. Amazonas, em dias de desfile, com seus mais de 100 elementos entre instrumentistas e as meninas da comissão de frente. Era fantástico ver a fanfarra tocar, todos se encantavam, era um orgulho da cidade. A maioria dos adolescentes que tocaram, hoje são médicos, dentistas, contadores, jornalistas, advogados, empresários, funcionários públicos, veterinários, entre outras. Prova de que além de ensinar música àquelas crianças, a fanfarra municipal de Mandaguari ensinou algo mais importante que isto: ensinou educação e respeito ao próximo.

Pena que por falta de estímulo das autoridades da época, a mesma veio a falecer, matando assim uma cultura tão bonita e tão importante que a cidade já teve. “Ensina a criança no caminho que deve andar e quando for grande não se desviará dele”, a fanfarra fazia exatamente este papel, ensinava as crianças.









Colaboraram com esta matéria fornecendo fotos:
Gerson Calado
Francisco Inácio de Souza filho
Familia Bortolanza
Ronivaldo Ferreira ( Lapo)

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